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Sucessão no Vaticano: os cardeais mais cotados para suceder o Papa Francisco

Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica se prepara para escolher seu novo líder em um ritual tradicional e cercado de expectativas: o conclave. O próximo pontífice terá a missão de orientar a Igreja em uma época de grandes desafios globais – desde questões sociais e diálogos inter-religiosos até a necessidade de reformas internas e combate à secularização. A pergunta que fica é: quem são os “papabili”, como dizem os italianos – os cardeais preferiti (favoritos) mais cotados para assumir o trono de São Pedro?



O Conclave e o cenário atual da sucessão


O conclave é a reunião secreta do Colégio Cardinalício para eleger o novo Papa. Após o falecimento (ou renúncia) de um papa, todos os cardeais com menos de 80 anos de idade se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, onde fazem um juramento de sigilo e ficam isolados do mundo externo . As votações ocorrem em sucessivas rodadas de escrutínio secreto: cada cardeal eleitor escreve o nome de seu escolhido em uma cédula, e são realizadas até quatro votações por dia. Para a eleição ser válida, é necessária uma maioria qualificada de dois terços dos votos. Ao final de cada rodada, as cédulas são queimadas em um fogão especial: a fumaça preta indica que nenhum candidato atingiu a maioria necessária, enquanto a fumaça branca significa que um novo Papa foi escolhido . Esse processo se repete quantas vezes for preciso até que haja um vencedor – podendo durar dias ou, em casos extremos históricos, até semanas, embora os últimos conclaves tenham sido decididamente mais rápidos.


Atualmente, o Colégio Cardinalício apresenta uma composição inédita. Há cerca de 140 cardeais eleitores (com direito a voto) espalhados pelos cinco continentes. Destes, a grande maioria foi nomeada pelo próprio Papa Francisco   – aproximadamente 110 dos 138 eleitores em abril de 2025, segundo estimativas – o que significa que o conclave que se avizinha foi fortemente moldado pelo pontífice falecido. Francisco ampliou a diversidade geográfica e pastoral do Colégio: ele frequentemente preferiu elevar ao cardinalato bispos de regiões periféricas (como Ásia, África e América Latina) e de perfil pastoral, em vez de seguir a tradição de prestigiar apenas grandes arquidioceses europeias . O resultado é um colégio eleitoral menos europeu e menos curial, porém mais representativo da Igreja global, com maior peso de cardeais latino-americanos, africanos e asiáticos . Isso abre a possibilidade – pela primeira vez em muitos séculos – de a escolha recair em um Papa oriundo de fora da Europa, talvez da África ou da Ásia . Por outro lado, a Itália ainda conserva o maior contingente nacional de eleitores e busca recuperar o papado após quatro décadas (o último Papa italiano foi João Paulo I, em 1978), o que mantém fortes as chances de um candidato italiano.


No campo ideológico, o próximo conclave também será um termômetro do rumo que a Igreja desejará tomar. Francisco foi considerado um papa de linha progressista em temas pastorais e sociais, o que gerou resistências em alas mais conservadoras. Assim, os cardeais se dividem basicamente entre aqueles que defendem a continuidade das reformas e do estilo pastoral de Francisco – possivelmente escolhendo um sucessor de perfil similar – e aqueles que preferem a eleição de um pontífice mais conservador ou moderado, que equilibre ou reverta algumas das mudanças recentes. Apesar das especulações, vale lembrar que o processo é conduzido em clima de oração e discernimento, e muitas vezes o resultado surpreende até os mais experientes vaticanistas. Os cardeais eleitores discutem discretamente os méritos dos candidatos, mas não há campanhas formais; no fim, atribuem a decisão à inspiração do Espírito Santo – que “costuma trazer surpresas” . O próprio Jorge Mario Bergoglio (Papa Francisco) era considerado um outsider por muitos e acabou emergindo como escolha de consenso em 2013. Portanto, todo palpite deve ser visto com cautela.



Os principais papabili do próximo conclave


Especialistas em Vaticano apontam uma lista de cardeais mais cotados – os preferiti – que despontam como potenciais sucessores de Francisco. Esses nomes vêm de diversas partes do mundo e refletem um espectro de correntes teológicas dentro da Igreja, do progressismo ao conservadorismo. Abaixo, apresentamos os perfis dos principais favoritos mencionados nos bastidores da Igreja, com detalhes de sua nacionalidade, cargo atual, linha teológica, trajetória e peso político no Colégio Cardinalício.


Para facilitar, este quadro resume alguns dos nomes mais fortes e suas características:

Cardeal (idade, país)

Cargo atual

Tendência teológica

Pietro Parolin (70, Itália)

Secretário de Estado do Vaticano

Moderado e diplomático

Matteo Zuppi (69, Itália)

Arcebispo de Bolonha (Itália)

Progressista

Luis Antonio Tagle (67, Filipinas)

Pró-prefeito de Evangelização (Vaticano)

Progressista

Péter Erdő (72, Hungria)

Arcebispo de Esztergom-Budapeste

Conservador

Fridolin Ambongo (65, RD Congo)

Arcebispo de Kinshasa

Conservador (justiça social)

Blase Cupich (76, EUA)

Arcebispo de Chicago

Progressista

Leonardo Steiner (74, Brasil)

Arcebispo de Manaus

Moderado/progressista

Sérgio da Rocha (65, Brasil)

Arcebispo de São Salvador da Bahia

Moderado

A seguir, cada um desses papabili é detalhado individualmente:


Cardeal Pietro Parolin durante celebração litúrgica; o experiente diplomata italiano é considerado um dos favoritos na sucessão papal. Cardeal Pietro Parolin (Itália) – Atual secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, 70 anos, ocupa desde 2013 o segundo cargo mais importante na hierarquia católica, imediatamente abaixo do Papa . Trata-se de um diplomata de carreira, reconhecido por sua discrição e eficácia nos bastidores, qualidades que o tornaram altamente influente no governo da Santa Sé . Parolin foi o primeiro cardeal criado por Francisco, ainda em 2013, e ingressou no serviço diplomático do Vaticano em 1986, servindo em nunciaturas em países diversos como Nigéria, Venezuela e México . Ao longo da carreira, atuou em negociações sensíveis – por exemplo, esteve envolvido na aproximação diplomática entre Estados Unidos e Cuba e no acordo provisório entre Vaticano e China sobre a nomeação de bispos . De perfil moderado e conciliador, Parolin é poliglota (fala italiano, inglês, francês e espanhol) e transita bem entre diferentes correntes dentro da Igreja. Observadores o veem como um candidato de síntese, capaz de dar continuidade ao legado de Francisco com um tom mais diplomático e menos polarizador . Por ser o “primeiro-ministro” do Vaticano, ele é amplamente conhecido de todos os cardeais e tem trânsito nas mais variadas alas do Colégio Cardinalício , fator que reforça sua posição como um dos favoritos na disputa.


Cardeal Matteo Zuppi (Itália) – Aos 69 anos, o arcebispo de Bolonha desponta como outro forte candidato italiano e considerado protegido de Francisco. Matteo Maria Zuppi foi nomeado cardeal em 2019 e, desde 2022, preside a Conferência Episcopal Italiana . Ele construiu fama de progressista pela sua atuação pastoral: é membro da Comunidade de Sant’Egidio – movimento católico dedicado à paz e ao diálogo inter-religioso – e tem histórico de mediação de conflitos. Em 2023, o Papa o designou como enviado especial para a guerra na Ucrânia, função na qual Zuppi realizou viagens diplomáticas a Kiev, Moscou, Washington e Pequim em busca de brechas para a paz . Internamente, o cardeal Zuppi é conhecido por advogar uma Igreja “em saída” e acolhedora: ele enfatiza a inclusão dos marginalizados, o cuidado com os pobres e até a necessidade de acolhimento pastoral de grupos como a comunidade LGBTQIA+ . Sua personalidade afável e experiência ecumênica o tornaram um nome de confiança do Papa Francisco. Observadores destacam que Zuppi reúne carisma pastoral e habilidade política, características que o colocam como um papabile de continuidade do projeto franciscano, mas com capacidade de transitar entre diferentes sensibilidades.


Cardeal Luis Antonio Tagle, das Filipinas, apontado como um dos principais papabili e possível primeiro Papa asiático. Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas) – O nome do filipino Luis Antonio Gokim Tagle, 67 anos, é frequentemente mencionado entre os principais candidatos, carregando potencial histórico de vir a ser o primeiro Papa asiático da Igreja. Tagle foi arcebispo de Manila (capital das Filipinas) até 2019 e ganhou projeção internacional por seu carisma e eloquência. Criado cardeal em 2012 pelo Papa Bento XVI, ele compartilha com Francisco o viés progressista em questões sociais: é reconhecido pelo compromisso com a justiça social, a luta contra a pobreza e a defesa dos direitos humanos . Também sempre enfatizou o diálogo inter-religioso em um país de minoria católica inserido no contexto asiático plural. Tagle presidiu a Caritas Internationalis (rede humanitária da Igreja Católica) e tem a capacidade de comunicar teologia de forma acessível, o que lhe rendeu popularidade entre fiéis e destaque midiático . Em 2020, Francisco o trouxe para o Vaticano, nomeando-o para um alto cargo na Cúria Romana (atualmente é pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização). Essa movimentação foi vista como uma preparação de Tagle para papéis maiores. Ideologicamente alinhado a Francisco e proveniente do “Sul global”, Tagle representaria uma continuidade com expansão geográfica da liderança – fatores que explicam por que é considerado um dos preferiti há anos . Sua eleição seria vista como um reforço à face multicultural da Igreja e ao foco em pobres e marginalizados promovido pelo papa anterior .


Cardeal Péter Erdő (Hungria) – Representando a ala conservadora como um dos candidatos viáveis, o húngaro Péter Erdő, 72 anos, traz ao conclave um perfil de acadêmico tradicionalista. Arcebispo de Esztergom-Budapeste desde 2003, Erdő foi durante anos presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, ganhando experiência e visibilidade continental . Recebeu o barrete cardinalício ainda jovem, aos 51 anos, nomeado por João Paulo II em 2003, e desde então se firmou como voz influente na Europa central. Erdő é conhecido pela postura doutrinária sólida – por exemplo, manifestou oposição a conceder comunhão a divorciados em nova união, defendendo a indissolubilidade do matrimônio . Ao mesmo tempo, é engajado no diálogo com as Igrejas orientais: por ser de um país fronteiriço entre o Oriente e o Ocidente, tem atuação destacada na aproximação com cristãos ortodoxos e judeus . Ele mesmo ressalta a “necessidade urgente” de unidade entre os cristãos do Oriente e Ocidente . No Colégio Cardinalício, Erdő é visto como um possível “candidato de consenso” conservador, que poderia atrair votos de quem deseja um freio nas novidades de Francisco. Sua combinação de erudição teológica, experiência administrativa e perfil mais reservado o torna uma escolha segura para os que almejam um papado mais tradicional. Não por acaso, seu nome costuma aparecer entre os papabili de inclinação conservadora em análises internacionais .


Cardeal Fridolin Ambongo Besungu (Rep. Dem. do Congo) – Da África, um nome em ascensão é o do cardeal Fridolin Ambongo, de 65 anos, arcebispo de Kinshasa (República Democrática do Congo) desde 2018. Elevado ao cardinalato por Francisco em 2019 , Ambongo tem se destacado como uma voz profética em seu país, defendendo ativamente a paz e a justiça social na conturbada realidade congolesa . De formação franciscana, ele reúne sensibilidade pastoral com firmeza em questões morais – características que levam alguns analistas a descrevê-lo como um “conservador comprometido com causas sociais” . Na RDC, Ambongo mediou conflitos políticos e denunciou violações de direitos humanos, ganhando respeito além da Igreja. Sua eventual eleição significaria dar protagonismo ao continente africano, onde a Igreja mais cresce em número de fiéis, e reforçaria a atenção às periferias que Francisco tanto promoveu. Outros cardeais africanos também são mencionados, como o guineense Robert Sarah (77 anos, de linha tradicionalista) e o ganês Peter Turkson (76 anos), que já chefiou importantes dicastérios no Vaticano  . No entanto, Ambongo desponta com força por ser relativamente jovem e alinhado à ênfase social do papa falecido. Se os cardeais desejarem um Papa do Hemisfério Sul com sensibilidade pastoral e voz pelos oprimidos, o congolês pode unir apoios de diversos continentes.


Cardeal Blase Cupich (Estados Unidos) – Entre os norte-americanos, o nome de maior destaque no presente conclave é o do cardeal Blase Cupich, 76 anos, arcebispo de Chicago. Nomeado cardeal em 2016 por Francisco, Cupich representa a ala progressista do episcopado dos EUA – muitas vezes em contraposição à ala conservadora daquele país. Ele é conhecido pela abordagem pastoral inclusiva e pelo foco em questões sociais e na proteção dos vulneráveis . Em Chicago, implementou iniciativas de alcance às periferias e ganhou reputação de conciliador durante a crise de abusos sexuais, adotando postura firme de tolerância zero. Cupich defende uma Igreja “hospital de campanha”, mais acolhedora com pessoas em situações irregulares (como divorciados recasados) e empenhada no diálogo com outras denominações e religiões. Sua proximidade ideológica com Francisco e sua experiência em liderar uma grande arquidiocese fazem com que seja citado como papabile, embora nenhum norte-americano jamais tenha sido eleito Papa, possivelmente devido a fatores geopolíticos. Ainda assim, o fato de hoje haver um cardeal americano negro (Wilton Gregory, de Washington) e outros prelados influentes nos EUA mostra o peso crescente daquele país. Cupich surge como porta-voz do segmento liberal dentro do Colégio Cardinalício e poderia atrair votos de quem deseja uma continuidade decidida das reformas pastorais de Francisco .


Cardeal Leonardo Ulrich Steiner (Brasil) – Representando a maior nação católica do mundo, o brasileiro Dom Leonardo Steiner, 74 anos, traz ao conclave a voz da Igreja da Amazônia. Arcebispo de Manaus desde 2020, Steiner tornou-se em 2022 o primeiro cardeal da região amazônica brasileira, uma decisão vista como simbólica do compromisso de Francisco com a Amazônia e seus povos . Membro da Ordem dos Frades Menores (franciscanos), ele tem longa trajetória pastoral, incluindo atuação como bispo auxiliar em Brasília e secretário-geral da CNBB (Conferência dos Bispos do Brasil) de 2011 a 2019. Dom Leonardo ganhou visibilidade internacional durante o Sínodo da Amazônia (2019), defendendo maior atenção da Igreja aos povos indígenas, à justiça socioambiental e à proteção da criação. Ele próprio afirmou que sua criação como cardeal foi “uma expressão de carinho e cuidado do Papa Francisco para com toda a Amazônia”  – indicando que vê sua missão como dar voz a essa região antes marginalizada. Teologicamente, Steiner é considerado moderado, com inclinação progressista em questões sociais, afinado com as pautas do pontificado anterior. Seu nome aparece entre os papabili sobretudo para sinalizar a prioridade da agenda ambiental e da Igreja em saída para as periferias. Embora um papa brasileiro consecutivo após Francisco seja improvável segundo analistas, a presença de Steiner na lista de preferiti reflete o peso político que o Brasil e a América Latina mantêm no Colégio Cardinalício.


Cardeal Sérgio da Rocha (Brasil) – Outro brasileiro lembrado nos círculos do Vaticano é Dom Sérgio da Rocha, 65 anos, atual arcebispo de São Salvador da Bahia (Primaz do Brasil). Ex-presidente da CNBB e criado cardeal em 2016 por Francisco, da Rocha construiu perfil de moderado habilidoso no governo da Igreja. Ele já administrou dioceses de diferentes portes – foi arcebispo em Teresina (PI), depois em Brasília (DF) – até assumir Salvador em 2020. Doutor em Teologia Moral pelo Vaticano, tem forte base acadêmica e experiência como professor . No cenário internacional, Dom Sérgio ganhou prestígio ao ser nomeado membro da Congregação para os Bispos em 2021 e, em 2023, integrante do seleto Conselho de Cardeais (grupo consultivo direto do Papa) . Essas nomeações indicam seu peso político dentro do Colégio Cardinalício, participando das decisões sobre nomeações de bispos no mundo inteiro e das diretrizes gerais da Igreja. Da Rocha transita bem entre diferentes alas – durante o pontificado de Francisco, apoiou as diretrizes pastorais de acolhimento, mas sem deixar de dialogar com bispos mais tradicionais. Sua possível eleição poderia surgir como um compromisso entre continuidade e moderação. Além disso, seria vista como reconhecimento à Igreja latino-americana, ainda bastante influente (os latino-americanos formam um bloco significativo de eleitores). Embora não esteja entre os nomes mais falados na imprensa internacional, Sérgio da Rocha é considerado nos bastidores vaticanos um “papabile silencioso”, cuja combinação de experiência, equilíbrio e boa relação com o Papa emérito Bento XVI e com Francisco lhe dá credibilidade para unir diferentes grupos de cardeais .


Outros nomes cogitados: Além dos perfis acima, há outros cardeais que eventualmente aparecem nas análises como possíveis surpresas. O italiano Cardeal Pierbattista Pizzaballa, 58 anos, Patriarca Latino de Jerusalém, é elogiado por sua atuação pelo diálogo inter-religioso no Oriente Médio e pela experiência franciscana na Terra Santa . Da França, menciona-se o Cardeal Jean-Marc Aveline, 64, arcebispo de Marselha, ligado às pautas de imigração e conhecido como um dos mais “bergoglianos” bispos franceses . Entre os que atuam na Cúria Romana, destacam-se nomes como o maltês Cardeal Mario Grech, 68, secretário-geral do Sínodo dos Bispos e articulador do caminho sinodal da Igreja , e o português Cardeal José Tolentino de Mendonça, 59, responsável pelo Dicastério de Cultura e Educação, poeta e teólogo de renome . Do lado mais conservador, além de Erdő, aparece às vezes o americano Cardeal Robert Sarah, 79 (Guiné), conhecido crítico de Francisco – embora sua idade avançada seja um fator contra. O Cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga (Honduras), influente no pontificado passado, já passou dos 80 anos e não vota mais. Vale notar que qualquer batizado católico homem pode ser eleito Papa, mas por tradição há séculos a escolha recai entre os próprios cardeais.


A sucessão de Francisco traz consigo questões regionais e de direcionamento: optarão os cardeais por um pontífice do “Sul global”, reforçando a internacionalização do papado, ou haverá um retorno a um perfil europeu/italiano? Manter-se-á a ênfase nas reformas pastorais e na abertura, ou ganhará força uma figura de tom mais conservador ou de transição curta? As tendências indicam uma Igreja cada vez mais global – com forte presença latino-americana, africana e asiática no colégio eleitor – e um desejo de continuidade moderada, mas o desfecho permanece incerto. No conclave, rivalidades e preferências dão lugar ao segredo do voto e à busca por um nome que consiga, acima de tudo, unir a Igreja e guiar 1,3 bilhão de fiéis pelo próximo período histórico. Resta aguardar pela fumaça branca e pelo anúncio do Habemus Papam para conhecer o novo Papa e os rumos que ele imprimirá à Igreja Católica. 



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